Entrudo

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O entrudo de 2016 celebra-se a 9 de fevereiro, terça-feira. Esta data do calendário é mais conhecida como Carnaval.

Significado de Entrudo

“Entrudo” provém do latim, da palavra “introitus” e significa entrada, introdução. Refere-se à entrada na Quaresma, que começa no dia seguinte ao Entrudo, na quarta-feira de Cinzas – sendo uma data de excessos que precede um período de abstinência.

Entrudo é uma denominação genérica da diversidade de brincadeiras e festas organizadas nessa altura, sendo a antiga celebração do que hoje conhecemos como Carnaval.

Tradições do Entrudo

O Entrudo foi introduzido no Brasil pelos portugueses, provavelmente no século XVI, onde se dividiu em entrudo familiar e entrudo popular.

O familiar acontecia dentro das casas senhoriais das principais aglomerações urbanas, sendo mais delicado e convivial. Os jovens lançavam entre si limões de cheiro, com o intuito de estabelecer laços sociais mais chegados.

O popular era mais violento, tinha lugar nas ruas das cidades, com os escravos e a população das ruas. Nele eram lançados todos os tipos de líquidos, como água suja e urina, entre as pessoas presentes.

Já em Portugal as tradições do entrudo envolvem mais máscaras e troça, como é o exemplo dos caretos: grupos de jovens que percorrem as ruas das suas povoação com trajes coloridos, batendo com bastões ou com chocalhos nas raparigas, para supostamente as fertilizar. A tradição manda também declamar publicamente versos de chacota sobre as pessoas da população local, satirizando vícios e comportamentos.

Para dar as boas-vindas à Primavera, costumam-se colocar figuras a representar o Ano Velho, que urgem ser substituídas por novas forças, daí os vários enterros e queimas realizadas pelo país.

Entrudo em Portugal

O entrudo português remonta à Idade Média, onde se celebrava o período carnavalesco com variadas brincadeiras dispersas pelas diversas localidades. Em algumas localidades existiam grandes bonecos, chamados de entrudos, que dariam o nome à celebração, mas entrudos não se referia apenas aos bonecos, mas sim a toda a festa em si e às suas brincadeiras.

O Entrudo em Portugal respira ainda, com os tradicionais caretos, o bailinho, o Pai Velho, Morte e Diabo, entre outros. Em Trás-os-Montes resistem as tradições de Lazarim, Vinhais e Podence.

  • Em Lazarim, no concelho de Lamego, a época celebra-se entre comadres e compadres que envergam máscaras típicas artesanais, de madeira de amieiro e com rivalidades entre sexos. Há uma leitura pública de «deixadas», testamentos, e lutais verbais trocistas e irónicas, preparadas em segredo.
  • Em Vinhais os “diabos” invadem as ruas na quarta-feira de Cinzas e ameaçam quem teve a coragem de continuar a folia que deveria ter terminado às doze badaladas da meia-noite. É a recriação de um ritual ancestral conhecido pelo povo como o Dia da Morte e dos Diabos.
  • Já em Podence, uma aldeia perto de Macedo de Cavaleiros, os caretos andam à solta no domingo Gordo e na terça-feira de Carnaval, subindo às varandas, trepando os telhados ou correndo pelas ruas a chocalhar contra as raparigas. O momento de pausa é apenas dado para saciar a sede ou para combinar uma investida sobre o Largo da Capela, a praça da aldeia onde as pessoas assistem ao ritual.
  • No domingo Gordo e no dia de Entrudo, em Terras de Lindoso, concelho de Ponte da Barca, o Pai Velho, um busto de madeira, é transportado num carro de bois. No final deste ritual coletivo lê-se um testamento e procede-se à queima do boneco.
  • Nos Açores, na Ilha Terceira, um ou mais grupos musicais, os bailinhos, compõe letras jocosas e críticas, saindo às ruas para alegrar as pessoas com coreografias cómicas.
Atualizado em 29/12/2015