Estes são alguns dos mais belos poemas de Dia da Mãe da língua portuguesa. Surpreenda a sua mãe com uma bela poesia!
Poesia para o Dia da Mãe
Para Sempre
Por que Deus permite
 que as mães vão-se embora?
 Mãe não tem limite,
 é tempo sem hora,
 luz que não apaga
 quando sopra o vento
 e chuva desaba,
 veludo escondido
 na pele enrugada,
 água pura, ar puro,
 puro pensamento. 
 Morrer acontece
 com o que é breve e passa
 sem deixar vestígio.
 Mãe, na sua graça,
 é eternidade.
 Por que Deus se lembra
 - mistério profundo -
 de tirá-la um dia?
 Fosse eu Rei do Mundo,
 baixava uma lei:
 Mãe não morre nunca,
 mãe ficará sempre
 junto de seu filho
 e ele, velho embora,
 será pequenino
 feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade
À minha querida Mãe
Eis-me aqui em Portugal
 Nas terras onde nasci.
 Por muito que goste delas
 Ainda gosto mais de ti.
Fernando Pessoa
Poema à Mãe
No mais fundo de ti
 Eu sei que te traí, mãe.
Tudo porque já não sou
 O menino adormecido
 No fundo dos teus olhos.
Tudo porque ignoras
 Que há leitos onde o frio não se demora
 E noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
 São duras, mãe,
 E o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
 Que apertava junto ao coração
 No retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
 Talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
 Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
 Que todo o meu corpo cresceu,
 E até o meu coração
 Ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? -
 Às vezes ainda sou o menino
 Que adormeceu nos teus olhos;
Ainda aperto contra o coração
 Rosas tão brancas
 Como as que tens na moldura;
Ainda oiço a tua voz:
 Era uma vez uma princesa
 No meio do laranjal...
Mas - tu sabes - a noite é enorme,
 E todo o meu corpo cresceu.
 Eu saí da moldura,
 Dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
 Guardo a tua voz dentro de mim.
 E deixo as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade
O Menino de sua Mãe
No plaino abandonado
 Que a morna brisa aquece,
 De balas trespassado,
 - Duas, de lado a lado -,
 Jaz morto, e arrefece.
 Raia-lhe a farda o sangue.
 De braços estendidos,
 Alvo, louro, exangue,
 Fita com olhar langue
 E cego os céus perdidos.
 Tão jovem! que jovem era!
 (Agora que idade tem?)
 Filho único, a mãe lhe dera
 Um nome e o mantivera:
 "O menino da sua mãe".
 Caiu-lhe da algibeira
 A cigarreira breve.
 Dera-lhe a mãe. Está inteira
 E boa a cigarreira.
 Ele é que já não serve.
 De outra algibeira, alada
 Ponta a roçar o solo
 A brancura embainhada
 De um lenço... Deu-lho a criada
 Velha que o trouxe ao colo.
 Lá longe, em casa, há a prece:
 "Que volte cedo, e bem!"
 (Malhas que o Império tece!)
 Jaz morto, e apodrece,
 O menino da sua mãe.
Fernando Pessoa
Só por isso, Mãe
Mesmo que a noite esteja escura,
 Ou por isso,
 Quero acender a minha estrela.
Mesmo que o mar esteja morto,
 Ou por isso,
 Quero enfunar a minha vela.
Mesmo que a vida esteja nua,
 Ou por isso,
 Quero vestir-lhe o meu poema.
Só porque tu existes,
 Vale a pena!
Lopes Morgado
Mãe:
Que desgraça na vida aconteceu,
 Que ficaste insensível e gelada?
 Que todo o teu perfil se endureceu
 Numa linha severa e desenhada?
Como as estátuas, que são gente nossa
 Cansada de palavras e ternura,
 Assim tu me pareces no teu leito.
 Presença cinzelada em pedra dura,
 Que não tem coração dentro do peito.
Chamo aos gritos por ti — não me respondes.
 Beijo-te as mãos e o rosto — sinto frio.
 Ou és outra, ou me enganas, ou te escondes
 Por detrás do terror deste vazio.
Mãe:
 Abre os olhos ao menos, diz que sim!
 Diz que me vês ainda, que me queres.
 Que és a eterna mulher entre as mulheres.
 Que nem a morte te afastou de mim!
Miguel Torga
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